Na ponta da língua e do dedo. Devaneios, críticas e reportagens.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Você tem medo de quê?

A última edição do programa " Contato" tinha de ser especial. Desde meados de outubro, tive a ideia de uma reportagem com três repórteres indo até as situações. O grupo gostou e a adotou. Inclusive, mais tarde, outros grupos utilizaram do mesmo expediente.

Com a definição do tema do programa, as sensações, um universo louco de possibilidades surgiu. Primeiro, pensamos no amor. Mas não daria o impacto necessário. Foi então que surgiu a ideia do medo. Surgiu e ficou. Pegou.

A matéria parecia querer sair naquele mesmo momento da minha cabeça. Como é gostoso quanto acontecem explosões criativas desse tipo... Não me continha. Ia pensando e anotando. Às vezes acordava de madrugada e gravava via voz, no celular, o que a cabeça não conseguia conter lá dentro.

De repente, já tinha colocado a Djamile pra tentar pegar aranhas e o Bruno para fazer vôo livre (uma pena que este não deu certo). Mas a montanha-russa fez bem a sua parte. Não bastasse isso, encontramos, graças à insistência da Djamile, o Fineias. E que figura emblemática, não?

E assim, com ideias e loucos a fim de colocá-las em prática, nasceu a nossa matéria sobre o medo. Um orgulho.


quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Flashes Secuca

Nesta Primeira Semana da Cultura Capixaba, a Secuca,desenvolvi alguns flashes junto à equipe de assessoria. Um dos mais produtivos contou com a presença de Fernando Balarini.


Gravei também outros três.










quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Narrativa "Paranoia"

“Paranoia”

Eduardo Fernandes

Áudio-Narrativa Duração: 01:49

A paranoia consiste em relembrar o passado, revivê-lo no presente e especulá-lo no futuro. A áudio-narrativa“Paranoia”, uma tragédia, cria através dos ecos e das falas sobrepostas um efeito têmporo-espacial triplo. A intensidade e quantidade dessas vozes é mais alta em alguns momentos. Momentos de surto. Eles são intercalados a intervalos pequenos de calmaria, em que a narrativa se concentra no presente. O otimismo rouba a cena por alguns instantes. Entretanto, as vozes do passado confundem as do presente e definem as do futuro, tornando-se consciência mestre.


terça-feira, 5 de outubro de 2010

O não-lugar Internet

A ideia surgiu na hora da escolha do tema do programa "Contato", desenvolvido pela turma de 2008/1 de Jornalismo. Ora, se o programa falará sobre os não-lugares, lugares de passagem, por que não colocar em pauta a relação das pessoas com a Internet e sua transitoriedade?

O roteiro começou a surgir espontaneamente. As possibilidades de recursos de edição e formas de entrevista eram muitas. Investimos em novas mídias, como máquinas digitais e skype, para fazer imagens e até mesmo uma entrevista completa.







sábado, 25 de setembro de 2010

Um olhar às histórias invisíveis

Resenha do livro "A vida que ninguém vê"

Todos têm uma história a ser contada. Todos. De um velho colecionador de objetos peculiares a uma mulher apaixonada pelo vereador de Porto Alegre. Aos olhos de Eliane Brum, o mundo se desenha intrigante, dramático, metafórico. Em “A vida que ninguém vê”, a autora se apropria de histórias da vida real, que passariam despercebidas à maioria das pessoas, e as transforma em narrativas quase literárias.

As crônicas-reportagens de Brum são recheadas de metáforas, frases de efeito e drama. Talvez por isso, soem, em alguns momentos, fictícias. Em “O cativeiro”, pág 52, o zoológico torna-se um palco sombrio, triste. A autora retrata os sentimentos dos animais numa grande prosopopeia. Esse afastamento da realidade incomoda em alguns momentos do livro, mas transbordam o sentimento e a percepção da autora sobre o mundo.

A riqueza de detalhes torna Eliane onipresente. Ela abusa das caracterizações exarcebadas, quase naturalistas, das situações. “O atrito da mão dobrada sobre o papel deixou os dedos em carne viva. Os primeiros cadernos tinham letras ensanguentadas, palavras feridas. Os primeiros cadernos de Eva foram escritos a sangue”, trecho de “Eva contra as almas deformadas”. As crônicas, geralmente sobre pessoas excluídas, são cheias de dramas levados ao extremo. Como em “O Chorador”, a história de um homem que vai a todos os funerais da cidade chorar os mortos. Apesar de não ser uma história em si dramática, Eliane faz questão de trazer o paradoxo entre vida e morte, exaltando a tragédia. “Talvez tudo que o Tierre espere é que, quando também ele se for, Quaraí lhe dê na morte a importância que não lhe deu na vida”.

O texto da jornalista flui. As frases curtas vão se misturando e imergem o leitor numa viagem pelas histórias sempre bem contadas. Ao utilizar entrevistas e diálogos dentro das crônicas, criam-se os efeitos de dia-a-dia e identificação. Desperta-se os leitores ao exercício da observação.

Dentre tantas boas histórias, destaco “O colecionador de almas sobradas”. Eliane mostra a obsessão de um senhor por objetos comuns, muitos sem utilidade. Como algumas tribos indígenas que dotam os objetos de espíritos, Oscar Kulemkamp credita aos bancos, fotos de outrem e embalagens valor sentimental. Um transtorno obsessivo compulsivo transforma-se numa história mágica e sensível.

“A vida que ninguém vê” é essencial para jornalistas que prezem por um bom estilo de escrita e para pessoas que desejem ver o mundo através de vieses quase sempre ocultados. Um sopro de sensibilidade a uma sociedade enrijecida.

O uso de imagens de crianças no jornalismo

No semestre passado, eu, Djamile, Bruno, Évelli e Vinícius desenvolvemos a matéria "O uso de imagens de crianças na mídia", para a disciplina "Laboratório de Telejornalismo". Foi a minha segunda reportagem e uma experiência enriquecedora.

A primeira etapa foi estabelecer um tema. Eu, um amante das crianças, resolvi propor de juntarmos um assunto debatido nas aulas de Legislação e Ética à disciplina de Telejornalismo. Meus colegas aceitaram. Aí já era. Tínhamos uma ideia para trabalhar em cima.

Caímos em cima do roteiro, pensamos juntos as passagens e os offs, e fomos atrás das fontes. A entrevista com o juiz da Vara da Infância e da Juventude foi no mínimo curiosa. Eu não sabia como me portar diante da autoridade. Era a primeira vez. Mas o meritíssimo foi tão simpático que tornou tudo mais fácil.

O resultado você confere abaixo.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Diabos à solta

Na última semana acompanhamos a mais um round da briga entre a Igreja Universal, encabeçada pela sua mais célebre propriedade, a Rede Record, e a gigante dos Marinhos, a Rede Globo. Como sempre, farpas voaram para todos os lados, uma tentando provar qual é a mais suja.

A Globo investiu pesado para desmoralizar o bispo Edir Macedo, fundador da Universal, batendo firme na tecla do dízimo e do uso indevido do dinheiro, que teria servido inclusive à compra de um casarão em Campos de Jordão. Já a Record trouxe à tona o envolvimento da Globo em episódios sombrios, como a ditadura militar e o caso BNDES.

Fora a destempero, tudo foi bem proveitoso. Dizem que o ódio revela a verdadeira face das coisas, e, pelo menos neste caso, há de se concordar. O ventilador respingou lama para todos os lados e só não viu quem não quis. E, infelizmente, há quem não queira - os defensores cegos de ambas as partes.

Aos fiéis, bastaria um pouco de inteligência e interpretação da bílbia para saber que Deus nenhum, nem aqui nem na Índia (hare baba!), exige malotes de dinheiro por uma benção . Aos "globistas", um pouco de história e de assossiação lógica faria bem, para saber do passado, ainda presente em certa medida, da gigante do Plim Plim.

Como diria a velha música: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Então, como opção, sobra o SBT! Brincadeirinha...